domingo, 4 de março de 2012

O diario de Farrell Garnet, parte 6:


" Numa dessas minhas andanças atrás do maldito Cornelius Sygan, cheguei numa cidade sem nome, com pessoas humildes, casas simples e algumas fazendas pequenas espalhadas de um lado ao outro, encontrei ao menos três forasteiros que não pertenciam à cidade. Um guerreiro com armadura negra, uma jovem bonita e um bufão. Bufão que não mede consequências e esforços para se meter em confusões, e acredito também colocar os demais em confusão. Ele cheira a confusão, mas é tão engraçado e surpreendente, lembra os antigos bufões de minha Tintagel, hilários, brincalhões e às vezes falando a verdade da forma mais franca e engraçada, o que não agrada a todos e gera mais confusões.
O primeiro que encontrei foi o bufão, imaginem, você está indo a uma pequena taberna, depois de deixar seu cavalo descansando e bem abastecido e alimentado, quando vê saindo da taberna aquela figura em branco, azul e vermelho toda saltitante, aprontando todas, brincando com os cachorros, mas logo sendo perseguidos por eles, juntamente com as crianças que queriam acertá-lo com pedras, pois não gostaram de algumas de suas brincadeiras, correndo todos, mas parando logo que o bufão chega a minha frente, fazendo com que algumas crianças e cachorros acabem fugindo, ou então, olhando para mim e minhas armas de forma atônitas e interessadas.
- Bom dia jovem paladino, que bons ares o trazem aqui, nessa cidade sem nome? BUFÃO.
- Estou em minha jornada atrás de alguém que merece ser punido por delitos cometidos outrora. FARREL GARNET
- Ora não seria o momento do valente paladino descansar um pouco e se juntar a mim para uma refeição matinal para que possamos nós conhecer e falarmos de nossas missões e arte? BUFÃO.
- Conhecer, juntar e almoçamos? FARREL GARNET
- Sim, mas já aviso que devemos comer um porco, pois faz tempo que não apreciou um e estou com desejo, e minha querida mamãe dizia para mim: “filhinho se você não comer o que deseja, pode ficar aguadinho e mamãe não quer isso para seu nenezinho”, daí caro Paladino, para não contrariar mamãe vamos rachar um porco? BUFÃO.

Fiz um esforço danado para não rir, e concordei e acompanhar o bufão até a taberna e comermos um porco.
Chegando lá fomos recebidos pelo taberneiro, que não ficou muito feliz com a volta do bufão, mas fingiu bem; sorrindo de forma tímida para nós dois. Sentamos e pedimos um porco assado com vinho. Na mesa perguntei para o Bufão que me contasse a história dele, da busca do menino raptado que havia me contado quando caminhávamos para taberna, do que fazia pelas aquelas bandas, e que me relatasse sobre sua vida de bufão, ou de bobo.
- Então bufão me diga além de procurar uma criança desaparecida, para uma princesa, fale de sua vida de bufão. FARREL GARNET.
- Acho que não posso! BUFÃO.
- E por que não? FARREL GARNET.
- Porque não conheço você direito, e não devemos nós revelar logo de inicio às pessoas que conhecemos há pouco tempo. BUFÃO.
Mas que malandro, pensei comigo, o danado queria conversar, mas agora faz segredo.
Nesse momento, entram na caverna uma linda jovem, acompanhada por um guerreiro todo galanteador, um guerreiro alto e forte, com armadura negra.Depois todos começaram a olhar para minha mesa e para mesa onde sentaram as duas pessoas que chegaram. Pediram uma comida mais leve. A moça bonita sorrindo com um lequinho a todos os galanteios, que supostamente o guerreiro estava fazendo a ela. O bufão ficou logo olhando para moça de forma acentuada.
Alguns homens, já meios bêbedos, começaram encarar mais a jovem, nisso o bufão sai da mesa e num pulo dá um tremendo safanão num dos homens que caem com toda a cerveja e grita.
- Você tem que aprender a respeitar as senhoritas. BUFÃO.
Depois sai correndo para o banheiro. O homem levanta e vai atrás dele. Eu pensei, mas que maluco, já vamos ter encrenca. Nisso ouvimos batidas na porta, era o homem enraivecido, gritando e falando que ira matar o bufão. O taberneiro fica enlouquecido, mas conteve-se. Depois ouvimos gritos de mulher, vindo do banheiro.
- Socorro! Socorro! Não está vendo que sou uma dama!
- Socorro! Socorro! Insolente! Saia da minha frente! Bruto!
Todos nós olhamos para o fundo da taberna, sem entendemos nada. O Casal ficou olhando, mas não ligou muito, parecia que estava em momento de confidência. O taberneiro ficou enfurecido, largou o pano de prato e foi até lá. Trouxe o homem que estava batendo na porta pelos fundilhos e o arremessou para fora da taberna.
Depois saiu uma figura feminina, se dirigindo para minha mesa toda esbaforida, agitando um leque, mas tão feia que nem em meus piores pesadelos demoníacos pensei ter encontrado coisa igual.
-Psiu! Psiu! Sou eu! Sou eu! – SENHORA HORRIVEL
- Eu quem!- eu falei- FARREL GARNET.
- Eu o bufão bobinho! BUFÃO.
Realmente fiquei alguns minutos perplexo. Não só pela feiúra da criatura, mas também por se tratar do bufão disfarçado. Depois que conseguir me recompor, fiquei mais tranquilo e admirado com a capacidade de disfarce do bufão.
-Bem vamos terminar de comer paladino. BUFÃO.
- Como você conseguiu se disfarçar? FARREL GARNET.
- Meu amigo, o que um bufão não consegue!BUFÃO.
- Mas, precisava ser tão feia? FARREL GARNET.
- O que paladino? Para estas redondezas, sou muito bonita!BUFÃO.
- E podemos depois sairmos juntinhos. BUFÃO.
- Por favor! Não seja louca de me agarrar! FARREL GARNET.
- Ah! Paladininho seja bonzinho! BUFÃO.
- Por favor! Contenham-se. FARREL GARNET.
Havia um contraste agora, um pouco pior que antes, pois antes se encontrava de um lado um guerreiro com armadura negra acompanhado de uma bela jovem e do outro um paladino com o bufão. Agora, depois dessa loucura, encontrava-se de um lado o mesmo guerreiro fazendo insinuações para jovem, muita da recatada, ou fazendo o tipo moçinha ingênua, mas que poderia não passar de uma pequena vadia. E do meu lado, eu acompanhado de um arremedo muito feio de mulher. O guerreiro e os demais olhavam para minha mesa e imagino que deviam pensar o seguinte: Nossa! Pobre paladino que tribufu! Parece o demônio quando acorda! Será que ela é cruz que ele carrega?
O casal saiu e foi tomar banho. Fizemos o mesmo, mas pedir que tomássemos banho em banheiras separadas, e que em nosso quarto houvesse também camas separadas.
O bufão, disfarçado não perdeu oportunidade e falou.
- É que eu sou virgem! BUFÃO.
Quando ela, ou ele, falou isso o taberneiro ficou pálido. Um homem que estava bebendo se engasgou e cuspiu na cabeça de outro homem metade da cerveja. Um lacaio menos tímido tapou a boca, mas rolou no chão fingindo dores na barriga, mas todos sabíamos que estava fingindo, pois não parava de rir e se contorcer com os risos. Um outro homem, mas provavelmente um lacaio mais atrevido, olhou para aquele arremedou de mulher e falou baixinho: “Também dá para entender por que ninguém quis encarar o dragão.”. Não ousou completar o pensamento porque eu o encarei. Mas imagino o que teria dito: “Só um paladino ou guerreiro para encarar um tremendo dragão!”.
Foi assim que terminou minha tarde na taverna acompanhado de um bobo, ou melhor, de um bufão, que se disfarçou de arremedo de mulher." DIÁRIO DE FARELL GARNET/PALADINO

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